Nos últimos tempos o mundo começou a aguçar a teoria sobre a possibilidade do ser humano não estar sozinho no universo. E a aparição de OVNIs nos Estados Unidos na última semana, após o abate de quatro “objetos voadores não identificados”, reacendeu hipóteses sobre a existência de alienígenas. Por um lado temos mais é que comemorar que a humanidade enfim começou a se dar conta do óbvio: que é impossível que estejamos sozinhos no universo. Mas por outro lado soa até ingênuo imaginar que outros povos, que detém tecnologias tão superiores à nossa, possam ter suas aeronaves derrubadas por um caça americano (mesmo que seja um F-22).
Esta não é a primeira vez na história em que forças nacionais investigam casos e aparições difíceis de explicar. No Brasil, um relatório divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2018 destaca áudios e imagens daquela que ficou conhecida como a “noite oficial dos OVNis”, em 19 de maio de 1986.
A publicação do site do governo brasileiro começa com: “Você acredita que possa haver vida em outro planeta?”. O relatório então destaca os eventos da noite em que cerca de 21 objetos voadores não identificados foram rastreados por radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). Na ocasião, cinco jatos da Força Aérea Brasileira foram enviados para persegui-los, mas nenhum obteve sucesso. Nos arquivos de áudio do Arquivo Nacional, disponibilizados pelo ministério, um operador da torre do aeroporto de São José dos Campos, em São Paulo, diz ter observado pontos luminosos que mudavam de cor, com predominância da tonalidade vermelha. Nesta mesma noite, ele mesmo concluiu que “não se tratam de estrelas” e descreveu a possibilidade de estar vendo OVNIs na sua frente.
Ainda de acordo com o relatório publicado em abril de 2018, o Arquivo Nacional tinha, até então, 743 registros sobre a aparição de OVNis no Brasil em seu acervo, o que quer dizer que foram vistos 743 objetos que não puderam ser identificados de imediato.
Também não podemos esquecer do misterioso círculo que surgiu recentemente em uma plantação de trigo em Ipuaçu, no oeste de Santa Catarina. A cidade é conhecida como “capital nacional dos agroglifos”, em referência a essa figura geométrica que costuma manifestar-se do nada na região. O desenho tem o tamanho aproximado de um campo de futebol e já foi visto em outras partes do mundo.
Em janeiro desse ano também fomos surpreendidos com uma formação oval gigante, com dois anéis no meio, que parecia surgir por detrás de umas montanhas na cidade de Bursa, na Turquia. À medida que nascia o sol, a nuvem ia mudando de cor, entre os tons rosa, amarelo e laranja, até desaparecer uma hora depois. Apesar de ter sido pouco duradoura, esta aparição movimentou uma legião de meteorologistas que vieram a público tentar justificar um sentimento de normalidade em relação ao fenômeno e fundamentar a aparição dizendo que se tratava de uma condensação peculiar da água naquele local.
De concreto o que temos é que algumas semanas depois um terremoto de grandes proporções atingiu o país e o vizinho Síria, vitimando mais de 40 mil pessoas. Seria extremamente oportuno encararmos esse fenômeno como um alerta.
Os exemplos estão por todo o lugar mas, reforço, não podemos admiti-lo para o caso dos OVNIs abatidos na última semana nos Estados Unidos. O que podemos garantir nesse caso é que a derrubada pelos Estados Unidos de quatro objetos voadores não identificados que sobrevoavam a América do Norte nos últimos dias levantou preocupações de segurança e acirrou as já tensas relações entre os governos americano e chinês. Será que temos uma nova ordem mundial se desenhando no horizonte?
A queda do muro de Berlim em 1989 e o desmantelamento da URSS em 1991 deram lugar ao fim da Ordem Internacional Bipolar que imperou sobre o mundo durante quase meio século. Como “Ordem Internacional” podemos entender um determinado conjunto (em movimento) reunindo normas, instituições e estruturas de autoridade que modificam, limitam e dirigem o comportamento dos atores que compõem o mundo durante um determinado período.
Há dois movimentos históricos inequívocos nas transições e estabelecimento de uma determinada ordem mundial: a caneta e a bomba, isto é, a guerra e a paz. Assim se deu na Paz de Westfália, em 1648, com o desfecho das nominadas Guerras Religiosas. Em Viena, em 1815, após as Guerras Napoleônicas, e o chamado Concerto Europeu. Na denominada Paz de Versalhes, em 1919, no desenlace da Primeira Guerra Mundial. Ou ainda em Yalta, Potsdam e São Francisco, em 1945, com o fim da Segunda Grande Guerra. Após o colapso soviético, em 1991, o bombardeio dos EUA ao Iraque, na Primeira Guerra do Golfo, estabeleceu, através do poder das armas, os novos rumos no campo internacional.
Diante deste quadro, a partir dos anos 1990, os Estados Unidos e a União Europeia priorizaram em sua agenda geopolítica a administração da desmontagem do império russo, devido às suas consequências econômicas e ao antigo desafio geopolítico da Europa Central. Os norte-americanos apressaram a expansão da Otan e assumiram rapidamente as posições militares deixadas pelo exército soviético na Europa Central. Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais apoiaram explicitamente a autonomia dos Estados da antiga zona de influência soviética e promoveram ativamente o desmembramento do território russo.
Mas agora, na contramão disso tudo, estamos assistindo ao renascimento russo. A Rússia vem praticando explicitamente uma política de acréscimo de poder. É notável que a reação russa se iniciou com o governo de Vladimir Putin, em 2000, e sua reorientação estratégica. Foi ele quem reconstituiu o Estado e a economia russa, reerguendo seu complexo militar-industrial e nacionalizando seus vastos recursos energéticos. Articulou também a construção do Brics.
No dia 4 de fevereiro do ano passado, estrategicamente na abertura da 24ª Olimpíada dos Jogos de Inverno, o presidente da China Xi Jinping e Vladimir Putin se reuniram em Pequim. Na ocasião, além de participarem da cerimônia de abertura dos jogos, os dois chefes de Estado divulgaram uma declaração conjunta que chama a atenção tanto pela assertividade como pela amplitude. Os dois países anunciam uma aliança de nível superior e sem precedentes na história: “As novas relações interestatais entre Rússia e China são superiores às alianças políticas e militares da época da Guerra Fria. A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”, diz o texto.
Tudo isso em meio ao fato que a Rússia e os Estados Unidos têm, juntos, 89,7% das armas nucleares do mundo. No total, os dois países concentram 11.527 ogivas nucleares, sendo 5.977 do governo russo e 5.550 do governo norte-americano. Cientistas nucleares já indicaram que o uso de armas nucleares em uma guerra pode escalar de um desastre para uma catástrofe rapidamente. “Milhões, talvez dezenas de milhões, morreriam nos primeiros 45 minutos”, E mesmo aqueles que sobrevivessem teriam que lidar com as consequências. Entre elas, a radiação nuclear, que pode causar desde doenças graves até a morte, além da destruição de infraestruturas básicas de internet, energia elétrica, saúde, transporte, alimentação e finanças.
Sugiro ficarmos mais atentos aos sinais que nossos amigos interplanetários nos enviam. Porque não é a fome, pelo contrário, a abundância e o excesso de energias que provocam a guerra. A frase não é minha, é de José Ortega y Gasset, e soa mais do que oportuna para uma reflexão.