A Equipe de Dakila Pesquisas e lideranças Xavante se reuniram nessa terça-feira, dia 18 de julho para planejar a continuidade da parceria. Dentro do discutido, o foco foi a estruturação do monitoramento territorial e ambiental da reserva indígena Pimentel Barbosa, que conta com 329mil hectares de terra.
A gestão do território é de suma importância para manter o legado cultural associado a biodiversidade do cerrado nativo, além de repassar as informações e saber de fato o que ocorre nessas áreas, podendo registrar garimpeiros, invasões aéreas, novas colheitas, caça etc. Gerando notícias que interessam ao mundo, compartilhando conhecimento e ainda promovendo segurança e proteção para os envolvidos.
A exemplo disso, foram relatados casos em que helicópteros particulares pousaram em aldeias, sem nenhuma permissão, coletaram dados e se retiraram do local sem dar satisfação a nenhuma das autoridades ou moradores da região. Ademais, algumas organizações com interesse em pontos da Serra do Roncador, buscam formas de adentrar os territórios e aos espaços sagrados.
Dakila está sendo pioneira nessa iniciativa, e a aldeia Pimentel Barbosa dos Xavantes será modelo para outras comunidades e etnias dessa autogestão, sem depender de ONGS, que vendem essa ideia para ter acesso total a esses territórios.
Urandir Fernandes de Oliveira, CEO do Ecossitema Dakila, reforçou “Vai ser uma inovação, porque nenhum governo, ninguém tem. No mundo não tem informação de aldeia para comunidade assim.”
Nos termos discutidos, o Ecossistema Dakila se propôs a investir nos materiais como: barco a motor, câmeras de monitoramento, veículos para circulação, radioamador, drones e outros recursos. Sendo esses entregues em etapas, inicialmente já foi repassada uma caminhonete adesivada com o símbolo da aldeia Pimentel Barbosa e Dakila, no dia 11 de maio desse ano, que já se encontra operando.
Sobre a parceria o cacique Tsuptó ainda aponta “Proteção, todo mundo quer, deseja e não conseguimos. Então essa ajuda, esse apoio, essa parceria é muito importante”.
Em troca desse investimento para a estruturação, as lideranças sugeriram trazer uma vivência de cultura indígena associado a biodiversidade do cerrado nativo e o enriquecimento dos roteiros turísticos de Dakila para arrecadar fundos e pagar pelo investimento da empresa.
Além do lucro, essa proposta das lideranças é de extrema importância num contexto de educação ambiental e ecoturismo. Pertencendo ao bioma do Cerrado, Zigurats e o Recanto de Havalon são pontos turísticos que tem muito conhecimento a ser oferecido em questões de fauna, flora, novas tecnologias, arqueologia, astronomia e outras diversas áreas.
O indigenista Alexandre ainda pontuou “É interessante a visão que Dakila traz, porque aqui no Brasil é possível você sintetizar ancestralidade com inovação, sem perder a cultura tradicional. Dakila está buscando trazer, um tipo de desenvolvimento para os povos indígenas que de fato é verdadeiro.”